Leiria - Urgência de cirurgia em Leiria fechada entre quinta e segunda-feira

A urgência de cirurgia em Leiria vai estar encerrada entre quinta e segunda-feira, confirmou à Lusa fonte da Federação Nacional dos Médicos (Fnam), resultado da recusa dos médicos em exceder as 150 horas de trabalho suplementar.

O Hospital de Santo André, que integra o Centro Hospitalar de Leiria (CHL), terá indisponível o serviço de urgência da especialidade de cirurgia entre esta quinta-feira à noite e a próxima segunda-feira de manhã, disse à Lusa Sandra Hilário, dirigente da Fnam em Leiria, ao acrescentar que se "estima que, pelo menos, nas restantes sextas, sábados e domingos deste mês suceda o mesmo”.

A também médica cirurgiã em Leiria adiantou, recentemente, à Lusa que os clínicos do hospital de Leiria, principalmente das especialidades de cirurgia, cardiologia e pediatria, vão exercer, em outubro, o direito de recusa legal de ultrapassar as 150 horas de trabalho suplementar.

Segundo Sandra Hilário, também na especialidade de medicina interna “há vários colegas que já entregaram as minutas”.

“Na cardiologia é preocupante, porque existem vias verdes, nomeadamente a via verde coronária”, alertou, ao constatar que na pediatria tem sido possível realizar escalas, mas sem cumprir “aquilo que a Ordem dos Médicos emanou como recomendação mínima de especialistas na urgência”, reforçou.

A dirigente sindical revelou que os constrangimentos se estendem à urgência de obstetrícia, “que já fechou alguns dias este mês, por não terem vagas de internamento, mas também por falta de pessoal”.

Sandra Hilário assegurou ainda que a “população é o maior foco da Fnam e dos médicos”.

“Queremos sentir-nos descansados e capazes de observar e tratar bem os nossos doentes. Portanto, não podemos estar de todo exaustos”, salientou.

O CHL está a trabalhar para encontrar as “melhores soluções” para responder à recusa dos médicos de ultrapassar as 150 horas extraordinárias, disse à agência Lusa a instituição.

“O CHL confirma a receção das declarações dos profissionais de direito de recusa legal de ultrapassar as 150 horas de trabalho suplementar”, adiantou fonte do conselho de administração do centro hospitalar.

Em resposta escrita à agência Lusa, na semana passada, o conselho de administração informava que, “em conjunto com a direção clínica e as direções dos serviços, está a trabalhar no sentido de procurar as melhores soluções para dar resposta às dificuldades atuais inerentes às escalas médicas nos serviços de Urgência”.

O objetivo, sublinha, é “salvaguardar a segurança e a qualidade dos cuidados de saúde prestados aos doentes”.

2023-10-05

voltar

ENTRE EM CONTACTO

PARA QUALQUER ESCLARECIMENTO, NÃO HESITE EM NOS CONTACTAR